terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Uma implicação de necessidade e contingência


Provavelmente, o debate sobre necessidade e contingência exposto no post abaixo tem implicações para as discussões sobre Teodiceia (um termo dado por Leibniz), ou como Deus pode permitir a existência do mal. Seria o mal necessário à própria estrutura da realidade, ou uma opção voluntária de Deus de permitir que ele exista, almejando o melhor dos mundos possíveis, ou até apenas um dos mundos possíveis que satisfez sua vontade contingencialmente?

Séculos antes Anselmo buscou provar racionalmente, sem o auxílio da revelação divina, que a incarnação é uma necessidade para a salvação do homem (Cur Deus homo, porque Deus se tornou homem). Consegue-se isso (bem mais ou menos) com um argumento semelhante ao de Leibniz: propondo-se que só há uma maneira de fazer as coisas da melhor forma possível, que é como Deus fez. Assim, se essa foi a forma escolhida por um Deus justo e bom, essa é a única forma válida. É a melhor possível.

William Courtenay (Ozment, 50) diz que Anselmo se afasta do nominalismo, pois não lhe agrada divisões sobre potentia absoluta e ordinata. De fato, se Anselmo pressupõe que a maneira escolhida por Deus é a melhor possível porque escolhida por Ele, não parece haver espaço para outras. É como se a natureza de Deus determinasse suas escolhas.




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